Segurança Privada
A Polícia tem o seu foco de atuação nos riscos sociais, porém, a segurança privada amplia-se no atendimento dos riscos diversos, necessitando de técnicas de análise diferentes da segurança pública.
Mas, ainda o que mais preocupa a sociedade são os riscos sociais. O Coronel da Reserva da Polícia Militar, José Vicente da Silva, pesquisador do Instituto Braudel Papers, defende a idéia de que se os aparatos de polícia e justiça não conseguem controlar a criminalidade e sobram pressões de outras condições sociais desfavoráveis, a violência se torna prioridade nas preocupações da sociedade e o mercado da segurança se torna especialmente atrativo para exploração comercial. Aqui como em qualquer lugar do mundo.
Nos Estados Unidos há cerca de 3 milhões de pessoas empregadas na segurança privada, praticamente o triplo do contingente policial. Na Inglaterra estima-se que o pessoal empregado em segurança privada seja o dobro dos policiais. No Brasil chega a quatro vezes mais.
Portanto, não há que se falar em incapacidade das forças de segurança pública, e nem que o Estado esteja transferindo seus encargos para o setor privado. Cada setor trabalha com os riscos que lhe competem. Nos Estados modernos, áreas que podem ser geridas por recursos privados, inclusive em segurança, possibilitam liberar os limitados - e cada vez mais solicitados - recursos públicos para os segmentos mais necessitados. O lucro desse mercado e a competição entre as empresas, tornam a segurança privada um negócio como qualquer outro em que as empresas desenvolvem produtos e serviços para disputar clientes, afirma Vicente.
Nesse sentido, o segmento de segurança, inclusive pública, clama pela profissionalização da gestão desse tipo de atividade.
Como a segurança privada surgiu posteriormente à segurança pública, os atuais gestores de segurança privada (muitos deles) são oriundos das Forças Armadas, Polícia Civil, Polícia Militar e outras corporações auxiliares, assim como advogados, administradores, engenheiros de segurança do trabalho, etc. Assim, o modelo de gestão de segurança empresarial e patrimonial aplicado no mercado de segurança privada no Brasil ainda é, na maioria das empresas, uma espécie de derivação da segurança pública, que possui características de aplicação totalmente diferentes do ambiente privado.
Em seu contexto mais amplo, a segurança privada convive com maior número de riscos que a segurança pública. Sendo assim, o gestor de segurança empresarial e patrimonial deve conhecer os princípios de cada risco, de forma que possa identificá-los e tratá-los pontualmente, deslocando a preocupação para a utilização de menos recursos humanos e mais tecnologia.